Dez da Manhã.
Sentada no café “Terezinha”, espero por ser atendida. Folheio o jornal… criminalidade, desporto, cultura, notícias em última mão… ah! Os anúncios, como gosto de ler os anúncios! Aqui tudo de um pouco se encontra… empregos, bruxaria, cosmética, o aviso da missa do Tio José que morreu à espera de uma consulta de cardiologia. Anúncios deveres interessantes!
À minha frente está um senhor a beber uma bica e a comer um folhado, enquanto faz palavras cruzadas. Mais à frente está uma grande mesa com idosos a jogar “Dominó”, encontram-se aqui todos os dias aqui à mesma hora, é como um ritual… aqui não tem que gastar as suas míseras reformas para jogar (por enquanto) Sei que cada vez mais, esta realidade será menos vista, a partir do momento em que o Senhor Presidente de não sei o quê se lembrou que agora todos vamos trabalhar até morrer!
Nisto entra uma senhora muito arranjada, provavelmente com roupa do Lopes…Graças a Deus ainda há mulheres que conseguem vestir roupa de marca, unhas pintadas e cabelo sempre arranjado (só não sei como), pede um galão e bebe-o mais depressa que o diabo esfrega o olho e sai a correr.
Ah! Aí vem o meu café. Bebe-o devagar e com serenidade, saboreando cada gota. Isto sim é vida! Vida que cada pessoa deveria ter.
Pego na minha mala, pago e vou ver-o-mar (…)
Crónica realizada para um teste de avaliação de Português