quarta-feira, 29 de julho de 2009


Sentada espero por ti, nunca mais chegas, que demora é essa? Depressa! Faz-se tarde. Pego na caneta que meu nome gravado está e pinto as paisagens dos meus sonhos. Nuns dias escuros, ventosos, noutros de mil cores dos quais jamais queria acordar. Olho em redor, não vejo ninguém, estou sozinha. Subitamente, vejo uma luz que me ofusca, sinto uma brisa doce que me bate na cara, caindo mesmo à minha frente uma pena branca. Eras tu meu anjo que irradiavas com a tua presença, tocavas com meiguice no meu rosto, passavas as tuas mãos entre as curvas dos meus lábios. Foi nesse momento que algo me fez despertar para dar continuidade a aquilo que é real. Afinal ainda não chegaste.
Suspiro. Olho para o relógio que parece parado, o tempo não passa por mim com certeza. Admiro o que está ao meu redor, à minha frente uma jarra com margaridas já a desfolharem, machucadas pelo tempo. Nas minhas folhas brancas pinto borboletas e interrogo-me acerca da sua beleza. Porque Deus criou as borboletas cheias de cor que alegram aqueles por quem elas passam deixando-nos maravilhados com a sua presença. Queria ser uma delas, ser livre, poder voar sem limites, perder-me no horizonte, pousar em singelas túlipas e admirá-las de perto. Abrigar-me do orvalho pela manhã para que não ferisse as minhas frágeis asas e voltar a voar, percorrer o tempo. Podia ser que nos encontrássemos, que o nosso tempo se cruzasse. Até lá, continuo à tua espera.