Palavras leve-as o vento (ou não)
Para que o vento não as leve deixo-as gravadas ao alcance de um olhar, para que perdurem no tempo, o tempo que cada um desejar.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Olhares.pt |
Mas queridos leitores, o que quero igualmente dizer-vos é que cozinhar não é para qualquer mãozinha. Talvez o seja, mas não com tanto requinte e paladar. Só se cozinha bem, quando se cozinha com amor – é esta a minha filosofia.
Os especialistas dizem que no amor tudo é uma questão de “química” e, eu, afirmo que com os alimentos também assim é! Quando começamos a misturar os vários ingredientes que escolhemos para preparar um prato, inicia-se de imediato uma reacção “química”, que é a grande responsável pelo seu resultado final. Esta reacção poderá naturalmente resultar melhor ou pior, dependendo dos ingredientes que escolheu para misturar e, principalmente, da forma como o fez. O processo inicia-se no preciso momento em que começa a pensar no prato que vai cozinhar, cresce, no momento em que vai escolher os ingredientes e, fica enorme, no momento em que o cozinha. Se teve muita vontade, muito gosto e muito envolvimento, ou seja, muito amor naquilo que fez, o resultado é, de certeza, o melhor!
O povo oriental dá imensa importância a este fenómeno e inclusive costuma dizer que “com grande facilidade uma mulher mata o marido, basta cozinhar com raiva”. Em contrapartida, o velho ditado português diz que “ os homens ‘conquistam-se’ pelo estômago”
E esse acto de amor é perceptível na cozinha e na sua mesa. Quem não tem na memória aqueles sabores, aromas e “petiscos” da nossa infância, que nos deliciam sempre que nos lembramos deles? O bolo de chocolate da avó, o arroz da madrinha…. Oh! E aquele bacalhau no forno da mãe, que não evita, ainda hoje, o comentário por vezes desagradável: “ah! Mas o bacalhau da minha mãe é muito melhor!”
E porque era melhor? Porque era feito com muito amor, aquele amor que começava logo na escolha do prato a confeccionar, na procura dos alimentos a utilizar, e por aí adiante. Hoje, a famosa falta de tempo e ainda a mais famosa “globalização” , fez-nos perder, na maior parte dos casos, esse amor e esse cuidado, na procura, na escolha e na confecção dos produtos.
Este sentimento estende-se igualmente à restauração. Espero que numa futura qualidade de Chef, terei de afirmar isto. Até porque, qualquer consumidor, mesmo o mais desatento, pode confirmá-lo. Sente sempre a diferença entre um cozinheiro que o é por opção de vida e um cozinheiro que o é por acaso. O segundo age mecanicamente. O primeiro, por sua vez, resolveu fazer da cozinha a sua arte e, por isso, não tem “segredos” nem receitas secretas, mas sim, uma enorme confiança em si e no seu trabalho e, mesmo enquanto profissional, cozinha sempre com muito amor!
E tenho de vos confessar uma coisa: é enorme o prazer que sinto quanto tenho hipótese de cozinhar para os amigos e para as pessoas de quem mais gosto. Isto porque, a seguir, sento me com eles a mesa e, enquanto eles saboreiam as minhas iguarias, eu saboreio-as duplamente: primeiro com as reacções deles, as suas emoções, os seus comentários e o seu agradecimento pelo prazer qe estou a proporcionar-lhes – e, quantas vezes, ao dizerem-no, me soam quase como “declarações de amor” - ; e, segundo, naturalmente, porque também me delicio com as minhas próprias confecções.
A arte de cozinhar depende de vários factores e de muita aprendizagem, que por vezes é até empírica, mas há um “ingrediente” que não pode faltar: O AMOR PELA ARTE DE COZINHAR!
Renascer.
Estou de volta e vim para ficar, bem, pelos menos vou tentar. O primeiro objectivo quando criei este blog foi não perder/ esquecer a passe e visto que o cumpri, dois anos depois ele continuar vivo, bem, umas vezes mais do que outras. Vamos pensar, caros leitores, que o meu blog sofreu um coma cerebral e que esteve durante uns tempos em estado vegetativo e após bastantas ponderações de que se lhe iria (ou não) aplicar-lhe a eutanásia ( ahhh! Estas fantásticas aulas de A.P. estão a dar os seus frutos) dei lhe a oportunidade de viver, de se agarrar à vida.
Estou convicta que desta vez, a minha meia dúzia de leitores sofrerá um momento, o meu anjinho-de-guarda tem me dito que sim. Por falar em anjos-da-guarda! O meu anda a sussurrar há uns dias que deveria escrever sobre uma das minhas maiores paixões. Paixão não, amor, paixão dá e passa, amor permanece. É um amor que tenho já desde muito pequena, é um amor quase genético. Um amor que quando estou mais em baixo me dá ânimo, que faz o meu coração fervilhar. Dá-me asas para voar, para criar, inovar, ser diferente naquilo que faço. Deixa-me ser livre , o céu é o limite. Quando estou com sentimentos menos nobres, mais furiosa, deixa-me descarregar a minha angústia e serve-me de ombro amigo. Por vezes não se encontra da melhor maneira, mas lá com uns jeitinhos, fica novamente maravilhoso, como se nada tivesse acontecido e o nosso amor renasce. Falo-vos, para aqueles mais distraídos, nada mais, nada menos, do que cozinhar! (Sem menos desprezar o meu outro grande amor (es) =P )
É algo quase genético, a minha bisavó materna era cozinheira, era a melhor coisa que sabia fazer, inclusive, quando Óscar Carmona veio à Terceira ela própria cozinhou para ele. O meu pai cozinha muitíssimo bem e a minha avó materna ainda melhor. Mas como todas as famílias de patinhos, há sempre um patinho feito e neste caso, será a minha mãe, Dona Benvinda. Mas a ela devo este meu amor, pois se ela não gostasse de cozinhar talvez hoje ainda não tivesse descoberto o quanto tenho o nariz apurado para os condimentos. Com a minha avó, aprendi a maior parte do que sei hoje. Bem me lembro de bem pequenina, querer mexer a sopa, lavar alface e fazer massas. Ahh massas! Outra das minhas grandes paixões, devia ter por volta de 7 anos, ou talvez menos, quando comecei a cozinhá-las. Mas isto é algo para outro tópico de conversa.
Mas bem , hoje penso que ficamos por aqui, espero vir a cumprir aquilo que tenho em mente e que satisfaça todos aqueles que se dão ao trabalho de por cá aparecer :)
segunda-feira, 22 de março de 2010
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Os dias que julgamos que irão ser os melhores, nunca são tão importantes como idealizamos. São os dias vulgares, aqueles que começam por serem normais. Esses são os dias que acabam por serem os melhores. Nunca sabemos que o melhor dia da nossa vida é o melhor dia, só quando este tem lugar, não o reconhecemos. Só quando vai a meio. O dia em que nos comprometos com algo ou com alguém...O dia em que o nosso coração é destroçado...O dia em que conhecemos a nossa alma gémea...O dia em que percebemos que o tempo não chega...porque queremos viver para sempre.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Namorados.
"Namorados. São uma coisa porreira. Dão-nos rosas, escrevem-nos poemas, compram-nos cartões com ursos ramelosos e “fofinhos” da colecção Forever Friends, olham para nós com aquela expressão que têm os cães da União Zoófila e enchem-nos os dias de amor e romance. Os mais dotados e dedicados trazem o pequeno almoço à cama, cantam-nos Caetano Veloso ao ouvido – ou, no mais apurado estilo poético, declamam David Mourão-Ferreira num tom que só nós ouvimos – levam-nos às Caraíbas, oferecem-nos livros maravilhosos e discos inesquecíveis. Os mais tradicionais gostam de nos levar a jantar fora aos restaurantes da moda, os artísticos preferem levar-nos ao teatro, ou a Porto Brandão numa romântica viagem de cacilheiro ao fim de semana com as gaivotas por companhia e meia dúzia de gatos pingados avulso no mundo.
Namorados. São uma coisa porreira. Fazem-nos sentir a nós mulheres bonitas, únicas, amadas e desejadas. Chamam-nos Pequeninas, Princesas e outras delícias para o ouvido e o coração, enchem- se de paciência para ouvir os nossos desabafos e alinham com os nossos amigos. Alguns até têm um dom especial para lidar com as nossas mães, mas isso é uma singularidade rara, não podemos contar com ela no comum mortal.
Namorados. São uma coisa porreira. Até ao dia. O dia em que acordam e ficam com dúvidas, acendem a luz de alarme do complicómetro e começam a pensar no-que-é-que-isto-vai-dar, ou então ligam o radar que é outra peça que vem sempre acoplada ao macho e descobrem que o mundo está cheio a abarrotar de Princesas, Pequeninas e outros seres maravilhosos com longas pestanas, calças de ganga justas e cabelos compridos. E que muitas delas, coitadinhas, estão tão sozinhas, mesmo a precisar de companhia.
Como dizia o outro – desculpem andar-me a repetir com citações, parece que já usei esta, mas para mim é mais ou menos como o puré de batata nos menús dos colégios, dá para tudo – o homem caça e luta, a mulher intriga e sonha. E caça mesmo. Perdizes, narcejas, galinholas, Cláudias, Kátias ou Luisas, tanto faz. No couto ou no Lux, é indiferente. Ao meio dia num campo descoberto ou às cinco da manhã na pista da Kapital, não é relevante. O que o Homem gosta é do acto predador: se é um safari no Quénia ou uma saída na movida lisboeta, tanto faz. Há que apanhar uma presa e dar-lhe cabo do canastro. O que é preciso é um tipo manter-se vivo, dizia-me outro dia um caçador nato. Como se a vida dependesse disso.
Namorados. São uma coisa porreira, se nunca nos esquecermos que são como os iogurtes: saborosos, docinhos, deliciosos, mas com prazo de validade. Mas há que olhar para o lado do bom da coisa e fazer como diziam os romanos carpe diem, que é como quem diz, aproveitar o dia e esperar pelo dia seguinte sem esperar nada. Com um bocadinho de sorte, pode ser que ele ainda lá esteja, ou telefone, ou não lhe tenha apetecido ir às narcejas. Ou às Cláudias. "
Ps. Obrigada Tânia pela tua partilha deste texto no hi5 xD Acho que qualquer mulher vai identificar-se com ele.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Eu tenho um sonho.
Eu tenho um sonho… Sonho com o dia em que os alunos votam pela competência e responsabilidade das pessoas que se candidatam a uma lista e não se tem A B ou C , que por sinal é muito jeitoso e veste roupa de marca. Sonho que pessoas hipócritas, medíocres e que fazem tudo para ter um pouco de fama fechem a matraca para não passarem ainda por mais burras. Ah perdão! Burros não, que ofensa, tenho que irradiar essa palavra do meu dicionário linguístico. Bem, pessoas com menos capacidades intelectuais que acham-se os reis e rainhas do universo escolar. Sonho com pessoas humildes, simples e responsáveis que dão tudo por tudo por um objectivo limpo. Pessoas com ideologias, valores e sonhos semelhantes ao meu. Conheço-as. São pessoas respeitáveis, com personalidades fixas e fortes, sem qualquer tipo de medo de serem julgadas por aquilo que são e fazem. Tive-as ao meu lado, a lutarem comigo. Foram várias as batalhas e acabámos por ganhar a guerra, não da maneira que queríamos que ganhássemos, mas de uma forma muito simbólica. Ganhámos o melhor que poderíamos ter ganho. Alcançámos a amizade de todos e a união. Perdemos nas urnas é um facto, mas não houve lista como a nossa. Lutamos com todas as armas possíveis, desde a criatividade à proximidade com os alunos. Estivemos cientes desde o princípio que o inimigo não seria fácil de abater, mas criámos condições para que tal fosse possível. Fomos pessoas humildes que deram corpo e alma por um projecto ambicioso mas exequível. Ao nosso lado batalharam enumeras pessoas, das quais nem pensaríamos que reconhecessem o nosso valor. Hoje agradeço a todas elas, pelo seu empenho e dedicação e por principalmente acreditarem em mim. Superei-me, atingi os meus objectivos. Fiz frente e tive pulso sob todos aqueles que nos queriam derrubar. Uma guerra não se faz só com o comandante, mas sim com soldados. Soldados que sem eles não se poderiam ganhar um guerra. Soldados que se não trabalharem e tiverem a mesma ideologia dos seus “superiores” não serviram de muito. São carne para canhão, como se diz. E foi por isso que escolhi os meus soldados a dedo. Foram os melhores e devem-se sentir honrados. Hoje sinto-me feliz e tranquila. Não ganhei a guerra? Ganhei pois. Ganhei a amizade de muitos e a saudade daquilo que foi uma óptima campanha e lista. Foi um sonho? Não, uma realidade. Há quem ainda sonhe e sonhará com isso…
A sempre *