segunda-feira, 30 de junho de 2008

José

Sete da manhã. Já o sol cumprimentava há pouco a lua e caminhava para o seu posto de trabalho, para iluminar mais um dia o mundo. Uma leve frisa se sentia no ar. Os pássaros saiam de seus ninhos e cantavam a glorificar o belo dia que estava a nascer. As flores começavam a abrir os seus olhinhos e a despirem-se, mostrando a todos as suas cores, as suas pétalas. A ruela cheirava a amores-perfeitos e a cal das suas casas.
Na esquina já se avistava José e a sua humildade. As suas roupas simples e cobertas de remendos. José era mais um sem-abrigo em Lisboa. Um entre tantos. Anteriormente era advogado, mas tudo o álcool levou. Levava uma vida simples, sem muitos luxos ao lado da mulher que sempre amou, a sua Margarida. Amava-a mais que tudo até que as “más companhias” como sua Guida dizia fizeram-no esquecer a vida que levava e entregou-se ao álcool. Quando caiu em si, já pouco ou nada tinha a fazer, a sua Margarida tinha caído de cama com uma depressão ao ver o trapo do marido e acabou por morrer. Este chorou amargamente. Já só tinha os copinhos de vinho de cheiro. Aos poucos a sua carteira tinha menos dinheiro, até que já não tinha dinheiro para pagar as dívidas até aí acumuladas, vítimas da sua má cabeça. A segurança social tirou-lhe a casa e foi assim que José entregou-se a esta vida.
Quem passava na rua que José “habitava” e ao ver aquele farrapo desprezavam-no, passavam-lhe ao lado, com o nariz levantado, fazendo-se despercebidas, outras por sua vez lamentavam a pobreza de José, e até haviam aquelas que lhe davam uma moedinha para não ficar mal ou pela sua consciência. As crianças olhavam José de baixo e passavam apressadas por ele, seguindo as recomendações das suas mães não fosse o pobre, violador. José já se habituara e ignorava os comentários mesquinhos e absurdos.
Tentava na medida do dia-a-dia apenas ter algo que comer. Chegar ao fim do dia com o estômago pelo menos, meio cheio. Às vezes iam lá pessoas que com pena dele lhe iam levar uma sopa quentinha e um bocado de pão. Outras vezes, encontrava no lixo carcaças de pão muito duro, restos de comida ainda proveitosa. De noite, se esta estava calma deitava-se num banco coberto de dois cobertores muito velhos mas quentinhos que alguém lhe anteriormente tinha dado. Era assim que José (sobre) vivia .



Não faço a menor ideia de como este texto vai continuar ( ou não).

domingo, 29 de junho de 2008

A causa da minha "inspiração"



Meus caros leitores, que tanto "goste" de vocês.


Após muitos pensamentos filosóficos encontrei a razão pelo qual não escrevo mais vezes! A minha inspiração é como o período! Só vem uma vez por mês. Outro dia por acaso, encontrava-me eu no computador quando senti os sintomas deste género de mestruação. O que fiz? sentei-me à espera que passase, sim foi o que fiz. Sinto-me realizada com o facto de ter encontrado a razão de escrever poucas vezes. Agora que escrevi... até daqui a um mês :P

(esta fotografia retrata bem o facto de estar extremamente contente com a minha nova descoberta. )